O Memorial da Resistência, localizado na capital paulista, se tornou palco de uma poderosa homenagem às mulheres que, com coragem e determinação, desafiaram a repressão imposta pela ditadura militar brasileira. Através de uma roda de conversa, histórias de resistência foram trazidas à tona, evidenciando o papel crucial da imprensa feminista em contestar os papéis de gênero impostos e o autoritarismo da época.
Lia Katz e a Panelinha das Comunicadoras
Entre as homenageadas estava Lia Katz, figura emblemática na luta pela democracia e pelos direitos das mulheres. Sua trajetória, marcada pelo exílio e pelo envolvimento com o movimento feminista, ressalta o impacto transformador que as mulheres tiveram na sociedade e na imprensa durante os anos mais sombrios da ditadura. A participação de Katz nas reuniões do movimento feminista e sua contribuição para jornais como Nós Mulheres, Mulherio e Brasil Mulher são testemunhos de um período de intensa mobilização e conscientização.
O Ano Internacional da Mulher e a Luta pela Igualdade
A celebração do Ano Internacional da Mulher em 1975 e a realização da primeira Conferência Mundial da Mulher serviram como catalisadores para o movimento feminista no Brasil. A imprensa feminista, com suas pautas inovadoras e foco nos desafios diários enfrentados pelas mulheres trabalhadoras, desempenhou um papel fundamental na promoção da igualdade, do desenvolvimento e da paz.
Reflexões e Lições para o Futuro
A história de Lia Katz e de muitas outras mulheres que participaram da imprensa feminista durante a ditadura militar nos leva a refletir sobre as conquistas alcançadas e os desafios que ainda persistem. A discussão sobre racismo estrutural, feminismos plurais e a representação de mulheres negras e lésbicas nas publicações da época aponta para a necessidade de uma abordagem mais inclusiva e representativa no movimento feminista atual.
Persistência e Resiliência em Tempos de Censura
O relato de Lia Katz sobre os desafios enfrentados para manter as publicações feministas, mesmo em condições adversas e sem recursos financeiros, destaca a resiliência e a criatividade das mulheres envolvidas. O apoio de figuras como Elis Regina e a utilização de espaços como o porão do jornal Versus são exemplos da determinação e do compromisso das mulheres em fazer suas vozes serem ouvidas, mesmo sob a sombra da censura.
Com informações da Agência Brasil