Entre os anos de 2017 a 2021 foram registrados, em Alagoas, 2.308 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes de 0 a 14. Com o intuito de reduzir essa estatística, a Secretaria de Estado Extraordinária da Primeira Infância (Secria) iniciou nesta terça-feira (25), um projeto de prevenção à violência infantil nas creches Cria, em parceria com o Batalhão Escolar da Polícia Militar e a Rede de Atenção às Violências (RAV).
A capacitação começou pelos profissionais da Creche Cria São Luís do Quitunde. Amanhã, será a vez da equipe de Matriz do Camaragibe. Na programação do projeto, haverá momentos exclusivos com as crianças.
O projeto vai acontecer em todas as creches Cria que já estão funcionando. Para 2023, a ação acontecerá em 10 unidades. Os conteúdos apresentados inseriram o conceito do que é violência sexual infantil, diferença entre abuso e exploração sexual, estatísticas, tabus relacionados aos temas, consequências às vítimas e suas famílias, principais desafios sociocomportamentais.
A coordenadora da RAV, Camille Wanderley, abordou os comportamentos, ações e omissões que configuram crime; legislação que tipifica e penalidades para as diversas condutas que se enquadram como prática de abuso e exploração sexual infantil.
O momento também foi para orientar sobre o procedimento da vítima ou testemunha, em caso de denúncia, ao buscar a rede de proteção à violência sexual; os órgãos públicos que integram a rede; suas respectivas competências e formas de estabelecer contato para tirar dúvidas, realizar denúncias e acompanhamento pós denúncia.
De acordo com a técnica do Cria, Claudia Petuba, a proposta é que os professores recebam informações e orientações para que possam abordar o tema no contato com as famílias das crianças. “Para melhor combater e prevenir casos de violência relacionados às crianças é fundamental capacitarmos os profissionais que atuam com esse público no cotidiano. Fortalecer e qualificar a rede é a garantia de cuidarmos dessas crianças de forma mais eficiente”, comentou.
Momento com as crianças
A Polícia Militar fará o momento com as crianças mostrando como se caracteriza a violência sexual de forma lúdica, utilizando fantoches e/ou teatro de bonecos. Outros recursos serão aplicados, como a exibição de vídeos que explicam também de forma lúdica sobre os limites do contato físico com o corpo da criança.
Em caso de denúncias partindo das vítimas, as crianças serão incentivadas a elaborar um desenho para expressar suas percepções sobre a violência sexual e sentimentos, estimuladas a representar no desenho suas vivências e realidade.