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Em audiência pública realizada nesta segunda-feira (28), na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), a secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, Maria Silva, e a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, debateram políticas públicas voltadas às mulheres pescadoras e marisqueiras do estado, especialmente as afetadas pelo crime ambiental da Braskem. A sessão foi promovida pela deputada estadual Fátima Canuto e reuniu representantes de diversas pastas federais, estaduais e entidades civis.
O encontro foi um desdobramento de uma reunião realizada em fevereiro, na qual as marisqueiras denunciaram os impactos negativos da mineração em suas comunidades, como o deslocamento forçado, a perda de renda e os danos à saúde e ao meio ambiente. A audiência teve como objetivo ouvir essas mulheres e construir caminhos para garantir direitos e dignidade às trabalhadoras tradicionais do litoral alagoano.
Durante o debate, Ana Paula Santos, representante da Rede de Mulheres Pescadoras da Costa dos Corais, alertou para o agravamento dos danos ambientais e sociais. “A mineração está matando nossos corais e desestruturando nossas comunidades. Precisamos ser vistas e valorizadas”, afirmou. Já a secretária Maria Silva destacou que a escuta ativa é o primeiro passo para políticas públicas efetivas: “As demandas dessas mulheres são específicas e precisam de ações integradas entre geração de renda, saúde e proteção social.”
A ministra Cida Gonçalves reforçou o compromisso do governo federal com a reparação dos danos causados. “Essas mulheres são vítimas diretas do crime ambiental da Braskem. Nosso papel é garantir que suas vozes sejam ouvidas e que seus direitos sejam efetivados por meio de políticas estratégicas”, disse.
A audiência contou ainda com a presença de representantes dos Ministérios da Pesca, Saúde e Desenvolvimento Social, da Federação dos Pescadores de Alagoas (FEPEAL), da Defensoria Pública, além de parlamentares e secretários estaduais. O objetivo do encontro foi construir de forma colaborativa propostas que assegurem justiça socioambiental e valorizem o trabalho das mulheres marisqueiras.
